sexta-feira, 2 de maio de 2008

Qual mesmo o seu nome?


Essa é pergunta que detesto fazer. Creio que deva ser de mesmo tamanho para quem tem que responder. É muito constrangedor reencontrar com uma pessoa que não vemos há tempo e ela te chama pelo nome e você não consegue fazer o mesmo. Fica parecendo que a pessoa não foi ou não é importante.
É claro que de tanto lidar com esse problema desenvolvi uma técnica. Que se resume em substituir o nome da pessoa por: cara, amigo, senhor, doutor, irmão, amada, e etc. Não tente fazer isso se a pessoa estiver de costas para você.

Fui comprar ração para o cãozinho que meu filho ganhou. Bem, se ele não mudar de idéia seu nome será Dino. Comprei a ração e um prato para o Dino fazer suas refeições. Estou com uma forte esperança que este cão tenha defeito de fabricação. Espero que ele não faça coco. Detesto ver a varanda e grama decorada com aqueles montinhos. Ninguém merece... Na saída da loja, avistei uma pessoa que me chamou a atenção e rapidamente tentei entender o porquê. Os traços de seu rosto parecia muito com os de uma amiga que trabalha na mesma empresa que eu, só que na filial de Minas Gerais. A pessoa me flagrou a olhando e ainda a distancia disse:
- Ei Paulinho! Se desfazendo do braço que envolvia o seu ombro e veio ao meu encontro.
Pronto! Lembrei da pessoa. E agora o nome?
Mais uma vez usei a técnica e fiquei transtornado comigo mesmo. E chocado em vê-la abraçada com alguém diferente de seu marido. Sem comentários.
Conversamos um pouco sobre coisas simples. Acho que é assim com todo mundo. Como está? Onde está morando? O que está fazendo? Blá, blá, blá... E nada de lembrar o nome. Juro que tentei resgatar esta informação no disco rígido de meu celebro. Apesar de conseguir guardar muitas informações, tenho problemas relacionados a nomes. Se o nome for difícil ou se tive pouco contato. Fica mais complicado.
Em meio a conversa a pessoa disse que estava abrindo um novo salão e apontou para o outro lado da rua. Foi ai que avistei a resposta que eu tanto procurava. A placa de fundo vermelho dizia: salão unissex M...
Que alivio pelo menos pude me despedir da pessoa usando o seu devido nome.
Se você me encontrar e notar que estou nesta mesma situação, por favor me dê uma dica. Lembre-se de que você pode passar pela mesma situação quando tiver minha idade.
Fico por aqui. Um grande abraço... É...? É...? É...?
Amiga,
Irmã,
Desculpe. Esqueci seu nome.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Estive ao lado da felicidade

Seria mais uma noite comum sem grandes lembranças se não acontecesse um grande encontro. Do lado de fora estava chovendo e dentro havia muitas goteiras. As pessoas trocavam de lugar em fuga para não se molhar. Não gosto da idéia do casual. Soa estranho. Mas, aconteceu. A felicidade sentou ao meu lado. Paro aqui e questiono minha reação: não agarrei, não acorrentei, não a prendi. Apenas observei discretamente a beleza daquele ser. Sua beleza era infinitamente maior que a minha, o que não era nada difícil. Um dito popular com muitas variantes diz: o que é bom dura pouco. A felicidade precisou ir embora e com ela levou um pedaço de mim. Em troca me deixou a gostosa lembrança de um dia ter tido o privilegio de sentir o seu calor.